A Glória do Burrinho

Era uma vez um burrinho. Burrinho como os demais que viviam no pasto, e que prestavam serviços, quando necessitavam deles. Um dia, houve grande festa naquela terra. Era feriado. Feriado nacional. Comércio fechado. Escolas sem aulas. Tudo parado. Nas avenidas principais daquela cidade, devidamente ornamentadas, aconteceria propagado desfile militar e escolar. É que as jóias, insígnias, bandeiras, medalhas, coroas que pertenceram ao rei daquele país seriam apresentadas ao povo, esparramado pelas calçadas. Aí precisaram de um burrinho, que transportasse, processionalmente, aqueles tesouros, que representavam história gloriosa daquela nação. E o burrinho, de que lhes falo, foi apanhado, lá no pasto. Colocaram régios arreios sobre seus lombos, ornamentos dourados que brilhavam ao sol. Daquela manhã engalanada e festiva. Encimando aqueles arreios, dispostas com muita arte e gosto, as preciosas jóias reais. No desfile militar, o pacato quadrúpede ocupava lugar de destaque, comandando a parad...