LILITH - UM DEMÔNIO FEMININO



Lilith é o demónio femininomãe de demónios. Possuidora de grande beleza, é a concubina preferida de Lúcifer, (uma das suas 5 esposas, a preferida delas), e possui o título de rainha do Inferno. Lilith é um Succubus e consorte do demónio Samael.
Lilith (ou Lilit) (em hebraicoלילית) é um demônio feminino da mitologia Babilônica que habitava lugares desertos. Esta é referida em diversos textos antigos sendo o mais notável o Antigo Testamento.
Lilith é também referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem (Patai 81: 455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido.
Mais recentemente, esta história, tem sido cada vez mais adotada sendo até discutida se é ou não contada na Bíblia.

Na Bíblia
No primeiro capítulo do Livro de Gênesis, versículo 27, está escrito que:
"Deus criou o homem à sua imagem e semelhança; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher."
Porém no segundo capítulo versículo 18: O Senhor Deus disse:
"Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja adequada." e é apenas no versículo 22 do segundo capítulo que Eva é criada: "E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem".
É possível que no primeiro capítulo a mulher criada seja Lilith e levando em consideração o versículo 23:
"Disse então o homem: Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada."
Podemos verificar na expressão de Adão "...esta sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!..." a afirmativa de existência de outra criatura que não era qualificada como mulher e que não se podia se submeter a ele pois era independente, estava no mesmo nível de criação, a mesma altura de Adão. Em algumas traduções o texto "esta sim..." aparece como "agora sim, esta ..." o que não parece ser um erro de tradução mas uma evidência da afirmação na narrativa.
Uma interpretação possível é de que ela seja a mulher que Caim encontrou depois de ser expulso e, portanto, tendo com ele seu primeiro filho, Enoquee fundando uma cidade de mesmo nome.
No livro de Isaías
Nas bíblias atuais seu nome aparece uma única vez, em Isaías 34:14:
"E as feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e Lilith pousará ali, e achará lugar de repouso para si."
Nas traduções recentes da Bíblia a palavra Lilite é substituída por demônio ou bruxa do deserto, ou Fantasma na Revista e Atualizada.
Sua longa associação à noite, surge sem quaisquer precedentes a denominação screech owl, ou seja, como coruja, na famosa tradução inglesa da bíblia, na Versão da Bíblia do Rei James. Ali está escrito, em Isaías 34:14 que  the screech owl also shall rest there (a coruja também deve descansar lá).
É preciso salientar, comparativamente, que em uma renomada versão em língua portuguesa da bíblia, traduzida por João Ferreira de Almeida, esta passagem relata que … os animais noturnos ali pousarão, não havendo menção da coruja, como é frequentemente, muito embora erroneamente, citado no Brasil (tratando-se de um claro exemplo da forte influência da cultura anglo-saxã no mundo lusófono atual)

Alfabeto de Ben-Sira
No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira mulher criada por Deus junto com Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa sobre igualdade dos sexos, passando depois a ser descrita como um demônio.
De acordo a interpretação da criação humana no Gênesis feita no Alfabeto de Ben-Sira, entre 600 e 1000 d.C, Lilith foi criada por Deus com a mesma matéria prima de Adão, porém ela recusava-se a "ficar sempre por baixo durante as suas relações sexuais". Na modernidade, isso levou a popularização da noção de que Lilith foi a primeira mulher a rebelar-se contra o sistema patriarcal e a primeira feminista.
Segundo este manuscrito milenar, Ben Sira conta a história de Lilith para Nabucodonosor:
Depois que Deus criou Adão, que estava sozinho, Ele disse:
'Não é bom que o homem esteja só  "(Gênesis 2:18).
Ele então criou a mulher para Adão, da terra, como Ele havia criado o próprio Adão, e chamou-a de Lilith.
Adão e Lilith imediatamente começaram a brigar. Lilith disse:
"Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti?" Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual."
Quando reclamou de sua condição a Deus, ele retrucou:
"Eu não vou me deitar abaixo de você, apenas por cima. Pois você está apta apenas para estar na posição inferior, enquanto eu sou um ser superior."
Lilith respondeu:
"Nós somos iguais um ao outro, considerando que ambos fomos criados a partir da terra".
Mas eles não deram ouvidos um ao outro. Quando Lilith percebeu isso, ela pronunciou o Nome Inefável e voou para o ar. Adão permaneceu em oração diante do seu Criador:
"Soberano do universo! A mulher que você me deu fugiu!".
Ao mesmo tempo Deus enviou três anjos para trazê-la de volta.
Os três anjos foram insistiram que ela voltasse e ameaçaram afogá-la, porém ela se recusou a voltar, sendo assim condenada por Deus a perder cem filhos por dia. Desde então, para proteger os recém-nascidos da influência de Lilith, seria necessário colocar amuletos com o nome dos 3 anjos (Snvi, Snsvi, e Smnglof), lembrando-a de sua promessa.
Eva teria então sido criada a partir de Adão. Como outra interpretação diz que ela (Lilith) juntou-se aos anjos caídos (demônios) quando se casou com Samael que tentou Eva ao passo que Lilith tentou a Adão os fazendo cometer adultério. Desde então o homem foi expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do adultério de Adão com Eva, pois mesmo abandonando seu marido ela não aceitava sua segunda mulher. Ela então passou a perseguir os homens, principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar. Outras histórias referem-se a ela como surgida das trevas ou como um demônio do mar e não como igual ao homem.
Infere-se pelos textos e por amuletos medievais que ela era uma superstição comum entre os camponeses. Deixar esculturas dos 3 anjos que a perseguiram para fora do Éden, Sanvi, Sansavi e Samangelaf, protegeria os bebês recém-nascidos (uma proteção necessária por 8 dias para homens e 20 dias para mulheres) e impediria que seus maridos fossem seduzidos por Lilith a cometer adultério.
 Mitologia Suméria

A imagem de Lilith, sob o nome Lilitu, apareceu primeiramente representando uma categoria de demônios ou espíritos de ventos e tormentas na Suméria por volta de 3000 A.C. Muitos estudiosos atribuem a origem do nome fonético Lilith por volta de 700 A.C.


Na Suméria e na Babilônia ela ao mesmo tempo que era cultuada era identificada com os demônios e espíritos malignos. Seu símbolo era a lua, pois assim como a lua ela seria uma deusa de fases boas e ruins. Alguns estudiosos assimilam ela a várias deusas da fertilidade, assim como deusas cruéis devido ao sincretismo com outras culturas.

Mitologia Mesopotâmica
Ela é também associada a um demônio feminino da noite que originou na antiga Mesopotâmia. Era associada ao vento e, pensava-se, por isso, que ela era portadora de mal-estares, doenças e mesmo da morte. Porém algumas vezes ela se utilizaria da água como uma espécie de portal para o seu mundo. Também nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash) ela é referida como uma espécie de demônio.

Mitologia Hebraica
A imagem mais conhecida que temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à servidão na Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que vissem Lilith como um símbolo de algo negativo. Vemos assim a transformação de Lilith no modelo hebraico de demônio. Assim surgiu as lendas vampíricas: Lilith tinha 100 filhos por dia, súcubus(demônio feminino) quando mulheres e íncubus(demônio masculino) quando homens, ou simplesmente lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no ato sexual e de sangue humano. Também podiam manipular os sonhos humanos, seriam os geradores das poluções noturnas. Mas uma vez possuído por uma súcubus, dificilmente um homem saía com vida.
Há certas particularidades interessantes nos ataques de Lilith, como o aperto esmagador sobre o peito, uma vingança por ter sido obrigada a ficar por baixo de Adão, e sua habilidade de cortar o pênis com sua vagina segundo os relatos católicos medievais. Ao mesmo tempo que ela representa a liberdade sexual feminina, também representa a castração masculina.
Pensa-se que o Relevo Burney (ver alusões à coruja na reprodução do Relêvo de Burney, nesta página), um relevo sumério, represente Lilith; muitos acreditam também que há uma relação entre Lilith e Inanna, deusa suméria da guerra e do prazer sexual.

Mitologia grega

Algumas vezes Lilith é associada com a Deusa grega Hécate, "A mulher escarlate", uma Deusa que guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Hécate, assim como Lilith, representa na cultura grega a vida noturna e a rebeldia da mulher sobre o homem.

Era contemporânea
Nos dois últimos séculos a imagem de Lilith começou a passar por uma notável transformação em certos círculos intelectuais seculares europeus, por exemplo, na literatura e nas artes, quando os românticos passaram a se ater mais a imagem sensual e sedutora de Lilith, e aos seus atributos considerados impossíveis de serem obtidos, em um contraste radical à sua tradicional imagem demoníaca, noturna, devoradora de crianças, causadora de homossexualidade e vampirismo.

Lilith também é considerda um dos Arquidemônios símbolo da vaidade.
Resumo - Lilith, a Mulher Feita do Pó


Segundo o Zohar, livro cabalístico criado no século XIII, quando Deus fez o homem, criou-o macho e fêmea, depois o dividiu ao meio e separou as suas almas, lançando-as no universo, para que assim, as almas gêmeas se encontrassem.

Lilith surge como a parte feminina separada de Adão, e é dada a ele como esposa. Assim comhomem, a mulher aqui é criada da mesma essência, do barro. Não é uma coadjuvante do homem, mas igual a ele. Se Deus fez do homem a sua imagem, a mulher reflete esta imagem, já que faz parte da mesma criação dividida.
A natureza de Lilith é de rebeldia e de insatisfação. Ao fazer sexo com Adão, questionava-lhe o porque de ter que ficar sempre por baixo, a suportar-lhe o peso, se também ela era feita do pó, por que tinha de lhe ser submissa? Para manter o equilíbrio já estabelecido, Adão recusava-se a inverter as posições (versões aramaica e hebraica do Alfabeto de Ben Sirá, século VI ou VII).

Diante da intransigência do marido, Lilith rebela-se e pronuncia inadequadamente o nome de Deus. Vitupera Adão e o abandona quando o sol se põe, à noite, na mesma hora que Deus fizera vir os demônios ao mundo. Lilith parte para o Mar Vermelho, onde habitam os demônios e espíritos malignos, tornando-se ela mesma um demônio, longe do Éden.
Deus ordena que Lilith retorne. Diante da recusa, envia uma guarnição de três anjos, Sanvi, Sansavi e Samangelaf, para tentar convencê-la. Mas com grande fúria, ela se recusa a voltar.Abandonado, Adão sente o peso da perda e da solidão.

Diante da sua tristeza, Deus faz com que ele adormeça, retira uma das suas costelas e cria Eva, mulher ideal, feita não do pó como o homem, mas da sua carne, do seu sangue e das suas necessidades diante de uma sociedade patriarcal. Ao contrário de Lilith, Eva é submissa e dócil. É o equilíbrio do homem diante do mundo e de Deus.

Lilith torna-se a noiva de Samael, o senhor das forças do mal do SITRA ACHRA (aramaico, significa “outro lado”). Dessa união gera cem demônios por dia, que são destruídos pelos três anjos. Enfurecida, Lilith tenta se vingar na prole de Adão e Eva, jura matar todo filho recém-nascido de Adão e de sua descendência
Os questionamentos de Lilith à igualdade por ter sido gerada do pó, assim como Adão, perdem o sentido contestatório quando da explicação de que a parte que lhe coubera do barro era de pó negro, lodo e excrementos, inferior à essência geratriz de Adão, segunda a versão jeovística para o Gênesis, contada no Talmude e oralmente pelos rabinos. Adão tem a sua androgenia sagrada, pois foi criado à imagem de Deus.
Lilith ao contestar e reinvidicar para si os mesmos direitos, desequilibra a harmonia do Éden, origina um afastamento do homem e do Criador. Assim, destituído da primeira mulher, Adão se uniu a Eva, parte da sua carne, feita sob medida para ele e para ser a mãe da humanidade.
Shalom Adonai!

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