LILITH - UM DEMÔNIO FEMININO

Lilith (ou Lilit) (em hebraico: לילית) é um demônio feminino
da mitologia Babilônica que habitava lugares desertos. Esta é
referida em diversos textos antigos sendo o mais notável o Antigo Testamento.
Lilith é também referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que
em uma passagem (Patai 81: 455f) ela é acusada de ser
a serpente que levou Eva a comer
o fruto proibido.
Mais recentemente, esta história, tem sido cada vez mais adotada sendo
até discutida se é ou não contada na Bíblia.
Na Bíblia
Porém no segundo capítulo versículo
18: O Senhor Deus disse:
"Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja adequada." e é apenas no versículo 22 do segundo capítulo que Eva é criada: "E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto
do homem".
É possível que no primeiro capítulo a
mulher criada seja Lilith e
levando em consideração o versículo 23:
"Disse então o homem: Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela
será chamada mulher, porque do homem foi tirada."
Podemos verificar na expressão de Adão "...esta sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!..." a afirmativa de existência
de outra criatura que não era qualificada como mulher e que não se podia se
submeter a ele pois era independente, estava no mesmo nível de criação, a mesma
altura de Adão. Em algumas traduções
o texto "esta sim..." aparece como "agora sim, esta ..." o
que não parece ser um erro de tradução mas uma evidência da afirmação na narrativa.
Uma interpretação possível é de que ela seja a mulher que Caim encontrou depois de ser expulso e, portanto,
tendo com ele seu primeiro filho, Enoquee fundando uma cidade de mesmo nome.
No livro de Isaías
"E as feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro
clamará ao seu companheiro; e Lilith pousará ali, e achará lugar de repouso para si."
Sua longa associação à noite, surge sem quaisquer precedentes a denominação screech owl, ou seja, como coruja, na famosa tradução inglesa da bíblia, na Versão da Bíblia do Rei
James. Ali está escrito, em
Isaías 34:14 que … the screech owl also shall rest there (a coruja também deve descansar
lá).
É preciso
salientar, comparativamente, que em uma renomada versão em língua portuguesa da bíblia, traduzida por João Ferreira de Almeida, esta passagem relata que … os animais noturnos ali
pousarão, não havendo menção da coruja, como é
frequentemente, muito embora erroneamente, citado no Brasil (tratando-se de um
claro exemplo da forte influência da cultura anglo-saxã no
mundo lusófono atual)
Alfabeto de Ben-Sira
Alfabeto de Ben-Sira
No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira mulher criada por Deus junto com Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por
causa de uma disputa sobre igualdade dos sexos, passando depois a ser descrita
como um demônio.
De acordo
a interpretação da criação humana no Gênesis feita no Alfabeto de Ben-Sira, entre
600 e 1000 d.C, Lilith foi criada por Deus com a mesma matéria prima de Adão, porém
ela recusava-se
a "ficar sempre por baixo
durante as suas relações sexuais". Na modernidade, isso levou a
popularização da noção de que Lilith foi a primeira mulher a rebelar-se contra o sistema
patriarcal e a primeira feminista.
Depois que Deus criou
Adão, que estava sozinho, Ele disse:
'Não é bom que o homem esteja só "(Gênesis 2:18).
Ele então criou a mulher para Adão, da terra,
como Ele havia criado o próprio Adão,
e chamou-a de Lilith.
Adão e Lilith imediatamente
começaram a brigar. Lilith disse:
"Por que devo deitar-me
embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti?" Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou
tua igual."
Quando reclamou de sua condição a Deus, ele retrucou:
"Eu não vou me deitar abaixo de você, apenas por cima. Pois você está apta apenas
para estar na posição inferior,
enquanto eu sou um ser superior."
Lilith respondeu:
"Nós somos iguais um ao outro, considerando
que ambos fomos criados a partir da
terra".
Mas eles não deram ouvidos um ao outro. Quando Lilith percebeu
isso, ela pronunciou o Nome Inefável e voou para o ar. Adão permaneceu em
oração diante do seu Criador:
"Soberano do
universo! A mulher que você me deu fugiu!".
Ao mesmo tempo Deus enviou três
anjos para trazê-la de volta.
Os três anjos foram insistiram que ela voltasse e ameaçaram
afogá-la, porém ela se recusou a voltar, sendo assim condenada por Deus a
perder cem filhos por dia. Desde então, para proteger os recém-nascidos da influência
de Lilith, seria necessário colocar amuletos com o nome dos 3 anjos (Snvi, Snsvi, e Smnglof),
lembrando-a de sua promessa.

Infere-se pelos textos e por amuletos medievais que ela era uma
superstição comum entre os camponeses. Deixar esculturas dos 3 anjos que a
perseguiram para fora do Éden, Sanvi,
Sansavi e Samangelaf, protegeria
os bebês recém-nascidos (uma proteção necessária por 8 dias para homens e 20
dias para mulheres) e impediria que seus maridos fossem seduzidos por
Lilith a cometer adultério.
Mitologia Suméria
A imagem de Lilith, sob o nome Lilitu, apareceu primeiramente
representando uma categoria de demônios
ou espíritos de ventos e tormentas
na Suméria por volta de 3000 A.C. Muitos estudiosos atribuem a origem do nome fonético Lilith por volta de 700 A.C.

Mitologia Mesopotâmica

Mitologia Hebraica
A imagem
mais conhecida que temos dela é a imagem que nos foi dada pela cultura
hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à servidão na
Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que vissem Lilith como um símbolo de algo negativo.
Vemos assim a transformação de Lilith no modelo hebraico de demônio. Assim surgiu as lendas vampíricas: Lilith tinha 100
filhos por dia, súcubus(demônio
feminino) quando mulheres e íncubus(demônio
masculino) quando homens, ou simplesmente lilims. Eles se alimentavam da energia desprendida no ato sexual e de sangue humano. Também podiam manipular os sonhos humanos,
seriam os geradores das poluções
noturnas. Mas uma vez possuído por uma súcubus, dificilmente um homem saía
com vida.

Pensa-se
que o Relevo Burney (ver alusões à coruja na reprodução do Relêvo de Burney, nesta
página), um relevo sumério, represente Lilith; muitos acreditam também que há
uma relação entre Lilith e Inanna, deusa suméria da guerra e do prazer sexual.
Mitologia grega
Algumas
vezes Lilith é associada com a Deusa
grega Hécate, "A mulher escarlate", uma Deusa
que guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Hécate, assim como Lilith, representa na cultura grega a vida noturna e a rebeldia da mulher
sobre o homem.
Era contemporânea
Nos dois
últimos séculos a imagem de Lilith começou a passar por uma notável
transformação em certos círculos intelectuais seculares europeus, por exemplo,
na literatura e nas
artes, quando os românticos passaram a se ater mais a imagem sensual e sedutora
de Lilith, e aos seus atributos considerados impossíveis de serem obtidos, em
um contraste radical à sua tradicional imagem demoníaca, noturna, devoradora de crianças, causadora de homossexualidade e vampirismo.
Lilith também é considerda um dos Arquidemônios símbolo
da vaidade.
Resumo - Lilith,
a Mulher Feita do Pó
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Segundo o Zohar, livro cabalístico criado no século XIII, quando Deus
fez o homem, criou-o macho e fêmea, depois o dividiu ao meio e separou as suas
almas, lançando-as no universo, para que assim, as almas gêmeas se
encontrassem.
Lilith surge como a parte feminina separada de Adão, e é dada a ele como
esposa. Assim comhomem, a mulher aqui é criada da mesma essência, do barro. Não
é uma coadjuvante do homem, mas igual a ele. Se Deus fez do homem a sua imagem,
a mulher reflete esta imagem, já que faz parte da mesma criação dividida.
A
natureza de Lilith é de rebeldia e de insatisfação. Ao fazer sexo com Adão,
questionava-lhe o porque de ter que ficar sempre por baixo, a suportar-lhe o
peso, se também ela era feita do pó, por que tinha de lhe ser submissa? Para
manter o equilíbrio já estabelecido, Adão recusava-se a inverter as posições
(versões aramaica e hebraica do Alfabeto de Ben Sirá, século VI ou VII).

Diante da intransigência do marido, Lilith rebela-se e pronuncia
inadequadamente o nome de Deus. Vitupera Adão e o abandona quando o sol se põe,
à noite, na mesma hora que Deus fizera vir os demônios ao mundo. Lilith parte
para o Mar Vermelho, onde habitam os demônios e espíritos malignos, tornando-se
ela mesma um demônio, longe do Éden.
Deus ordena que Lilith retorne. Diante da recusa, envia uma guarnição de
três anjos, Sanvi, Sansavi e Samangelaf, para tentar convencê-la. Mas com
grande fúria, ela se recusa a voltar.Abandonado, Adão sente o peso da perda e
da solidão.

Diante da sua tristeza, Deus faz com que ele adormeça, retira uma das
suas costelas e cria Eva, mulher ideal, feita não do pó como o homem, mas da
sua carne, do seu sangue e das suas necessidades diante de uma sociedade
patriarcal. Ao contrário de Lilith, Eva é submissa e dócil. É o equilíbrio do
homem diante do mundo e de Deus.

Lilith torna-se a noiva de Samael, o senhor das forças do mal do SITRA
ACHRA (aramaico, significa “outro lado”). Dessa união gera cem demônios por
dia, que são destruídos pelos três anjos. Enfurecida, Lilith tenta se vingar na
prole de Adão e Eva, jura matar todo filho recém-nascido de Adão e de sua
descendência
Os questionamentos de Lilith à igualdade por ter sido gerada do pó,
assim como Adão, perdem o sentido contestatório quando da explicação de que a
parte que lhe coubera do barro era de pó negro, lodo e excrementos, inferior à
essência geratriz de Adão, segunda a versão jeovística para o Gênesis, contada
no Talmude e oralmente pelos rabinos. Adão tem a sua androgenia sagrada, pois foi
criado à imagem de Deus.
Lilith ao contestar e reinvidicar para si os mesmos
direitos, desequilibra a harmonia do Éden, origina um afastamento do homem e do
Criador. Assim, destituído da primeira mulher, Adão se uniu a Eva, parte da sua
carne, feita sob medida para ele e para ser a mãe da humanidade.
Shalom Adonai!
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